Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Imagem:  wikipedia

 

EVARISTO FERREIRA DA VEIGA

( Rio de Janeiro, Brasil – 1799 – 1837 )

 

Evaristo Ferreira da Veiga e Barros (Rio de Janeiro, 8 de outubro de 1799 — Rio de Janeiro, 12 de maio de 1837) foi um poeta, jornalista, político e livreiro brasileiro, conhecido por ter sido o autor da letra do "Hino à Independência", cuja música se deve a D. Pedro I. Conta entre os precursores do Romantismo no Brasil.

 

Filho de um português mestre-escola, Francisco Luís Saturnino da Veiga, chegado ao Brasil aos 13 anos, soldado miliciano na paróquia de Santa Rita, no Rio de Janeiro, depois nomeado professor régio de primeiras letras na freguesia de São Francisco Xavier do Engenho Velho. Passou a professor na rua do Ouvidor, onde abriu uma loja. Andou por Vila Rica em 1788 e 1789, deve ter conhecido alguns dos inconfidentes, pois recopiou as Cartas Chilenas de Tomás Antônio Gonzaga, publicadas meio século mais tarde por seu neto Luís Francisco da Veiga. Casou com uma brasileira, D. Francisca Xavier de Barros, nascendo três filhos, dos quais Evaristo foi o segundo. Teve grande influência sobre seus filhos, sobretudo Evaristo, ótimo estudante que no Rio de Janeiro de D. João VI aprendeu francês, latim, inglês, cursou aulas de retórica e poética e estudou filosofia.

 

 Neste período adquiriu interesse por jornalismo ao visitar as oficinas da Impressão Régia, nos porões do palácio do conde da Barca.

 

Quando concluiu os estudos, o pai já abrira uma livraria na rua da Alfândega e os livros que trazia da Europa tinham em Evaristo o primeiro leitor, o mais curioso. Seu projeto frustrado de partir para a Universidade de Coimbra encontrou compensação na livraria do pai.

 

Autor da letra do "Hino à Independência", cuja música se deve a D. Pedro I. Conta entre os precursores do Romantismo no Brasil.

 

Em suas poesias mais antigas se sente a influência da escola arcádica e sobretudo de Bocage. Datam de 1811, tinha 12 anos. Um ano depois, em 1812, celebra os desastres militares dos franceses em Portugal. Aos 14 anos era um poeta português que refletia no Brasil com atraso de 20 anos o movimento da Nova Arcádia em que haviam excedido Bocage, José Agostinho de Macedo, Curvo Semedo.

 

Em 1817 era súdito fiel de D. João VI, um luso no Rio de Janeiro: o malogro da revolução de Pernambuco o encheu de alegria. Seus versos cantaram o casamento de D. Pedro com D. Leopoldina, os anos de S. Majestade em 13 de maio de 1819, o aniversário da aclamação do rei. Diversas poesias são dedicadas a amigos, uma característica que se manterá: primou sempre nele o sentimento da amizade. Aos vinte anos começaram a aparecer Marílias, Nises, Lílias, Isbelas mas seus sonetos, cantigas e madrigais continuam arcádicos — com ligeira influência dos mineiros.

 

Em 1821, porém, vivia-se no Rio de Janeiro «o ano do constitucionalismo português», como afirma Oliveira Lima em O Movimento da Independência. Ninguém podia ficar indiferente. O elemento conservador, receoso de desordens, alimentava esperança de que a chegada das novas instituições não importaria em ruptura com Portugal, pois haveria uma monarquia dual, servindo a coroa como união. Era o pensamento de Evaristo da Veiga, ilusão de que participaram muitos brasileiros. Não tardaram os constitucionalistas de Portugal a demonstrar sua incompreensão das coisas do Brasil e foram aparecendo as resoluções das Cortes que tinham como propósito estabelecer a antiga submissão colonial, embora de outra forma. Foi nesse instante que nele despertou o patriota: um soneto em 17 de outubro de 1821 é intitulado O Brasil. Outro, de fevereiro de 1822, já estigmatizava «a perfídia de Portugal».

 

Daí em diante vibrou com o movimento que se espalhava pelo país. Em 16 de agosto de 1822, sem ser figura saliente em nenhum acontecimento, escreveu o Hino Constitucional Brasiliense, o célebre «Brava Gente Brasileira / longe vá temor servil», etc. Compôs sete hinos, no total, entoados por milhares de bocas. O «Brava Gente» recebeu duas músicas, uma do maestro Marcos Portugal, outra do próprio Príncipe Regente D. Pedro! E como Evaristo era tímido e o príncipe notoriamente melômano, logo se lhe atribuiu a letra... Só mais tarde, em 1833, Evaristo reivindicaria a letra (os originais estão na Seção de Manuscritos da Biblioteca Nacional).

 

O ato da aclamação do imperador lhe inspirou três sonetos - e outros dedicou à Liberdade, à instalação da Assembléia Constituinte, a lorde Cochrane, à fuga do general Madeira. Mas teria papel obscuro e modesto nos sucessos da Independência. Seu nacionalismo era novo, faltava-lhe paixão, e ademais não tinha posição social, era um rapaz modesto e avesso a turbulências que trabalhava no balcão da livraria do pai. Em 1821, porém, assina com pseudônimo «O Estudante Constitucional» uma réplica a panfleto anônimo contra o Brasil, intitulado Carta do Compadre de Belém, impresso em Portugal.

 

Cedo deixou de ser um espectador desenganado da ação do imperador. 1823 era o ano da instalação da Constituinte e o de sua dissolução por um golpe de força. Em 30 de maio ele já fala no «despotismo mascarado»... Deixou de fazer sonetos, fez hinos. Ainda publicaria em 1823 Despedida de Alcino a sua Amada, pois Alcino foi seu nome poético. Mas era poeta bastante medíocre e disso teve convicção antes de que outros lhe dissessem. Sua atividade poética foi esmorecendo, subindo apenas em 1827, ano em que se casou. Sua vocação, logo descobriria estar na política, no serviço público, na imprensa, no parlamento.

(...)

 

Acadêmico

Membro do Instituto Histórico de França e da Arcádia de Roma. Patrono da cadeira nº 10 da Academia Brasileira de Letras, por escolha de seu fundador, Rui Barbosa.

 

Maçom

Iniciado na Maçonaria em 1 de junho de 1832 na Loja Esperança de Nictheroy n° 0003 no Rio de Janeiro.

Fonte: wikipedia

 

 

HADAD, Jamil Almansur, org.   História poética do Brasil. Seleção e introdução de  Jamil Almansur Hadad.  Linóleos de Livrio Abramo, Manuel Martins e Claudio         Abramo.  São Paulo: Editorial Letras Brasileiras Ltda, 1943.  443 p. ilus. p&b  “História do Brasil narrada pelos poetas. 

HISTORIA DO BRASIS – POEMAS

 

S O N E T O
A João Fernandes Vieira

 

Nas nossas plagas, imortal Vieira,
Honra ganhaste, e Fama esclarecida;
Bem que te desse nascimento e vida
“Do saudoso Campo a flor, gentil Madeira.”

Foi à testa da gente brasileira
Que de belas ações na heroica lida
Ornaste Pernambuco, onde vencida
Cede a falange bárbara, estrangeira.

Essas montanhas, que em combates cento
Viram do Belga os vergonhosos danos
Te servirão de Eterno monumento.

E nós de teu exemplo ind´hoje ufanos,
Damos por tua glória o juramento:
Morrer pelo Brasil, vencer tiranos.

 

 

 

A ACLAMAÇÃO DO IMPERADOR

 

S O N E T O

 

Quando da inveja os monstros meditavam
Da nossa escravidão o plano horrendo,

Mal sabiam que os povos ofendendo
O triunfo maior nos preparavam.

Em vez da vil Colônia, que esperavam
Às cadeias os pulsos estendendo;
Nação livre encontraram, que rompendo
Foi os ferros que estúpidos forjavam.

De nós sua soberba escarnecia:
Eis de Cabral na terra inda nascente
Surge um imenso império nesse dia:

E por dar-lhe mais glória, à nossa frente
Do Brasil os destinos rege, e guia
Pedro, filho da Mão do Onipotente.

 

 

A LORD COCKRANE

(fragmento)

..........................................

Vem Liberdade, Mãe de feitos grandes,
Que nos peitos magnânimos ateias
Flama invencível, solta uma faísca,
Que os versos meus acenda!
Do opressor Espanhol Chile queria
Feios grilhões quebrar; voa a seus lares
O denodado inglês, investe e rompe
Os leões de Castela.
Já dos Incas o império espavorido
Cede todo ao valor do forte braço.
Entre os combates perde o vasto Oceano
De Pacífico o nome.
Farto ali de vencer, a glória o chama
A mais amplo teatro de vitórias,
Onde por povos feitos se escureçam
As antigas proezas.
Que!... as quinas soberbas inda ousam
Pisar com menos preço as plagas nossas!
Caiam por terra: a salutar vingança
Ao Bravo se confie!
Qual raio que da nuvem despedido,
Com medonho estridor apenas troa
Tudo tremeu convulso os rostos lívidos

       Entre as mão escondendo.
Tal sobre a gente infesta, que zombava
Da injúria nossa, horrível aparece
Do terror subitâneo enchendo os peitos
O tremendo Almirante.
Já lá nas águas da gentil Cidade
Campeia, as hoste lusas insultando
Dos futuros triunfos agoureira
A flâmula auriverde.
E por confusa cerração rompendo,
Oh que brilhante no porvir descubro
O nome seu, de Lísia horror, e espanto,
Do Brasil timbre e glória.
As imigas falanges em fugida
Buscam da Pátria o cógnito caminho
E inda lá lhes parece que sobr´eles
Vêm de Cockrane as iras.

 

 

           (POESIAS – Oficinas Gráficas da Biblioteca
Nacional – Rio de Janeiro – 1915).

 

As desordens sucedidas na Província de S. Paulo

 

SONETO

 

Manes de Góis, dos Lemes, e dos Buenos
Vós, que pelo Brasil com forte abraço
Ganhastes os sertões de imenso espaço,
Para o ânimo vosso inda pequenos.

Sós na rota dos Campos Agarenos
Vedastes aos Leões de Hispéria o passo
Fechando a Liberdade no regaço
Das montanhassss, e matos Paulicenos.

 

Surgí, Manes, surgí da Campa Fria,
Vinde exprobar os vossos descendentes
Sua vergonha, e torpe bastardia.

Mas suspendei; que intrépidos e ardentes
Eles já vão da feia Tirania
Despedaçando as pérfidas corrente.

 

 

       2 de agosto de 1822.   (POESIAS -
Oficinas Gráficas da Biblioteca Nacional
Rio de Janeiro, 1915
)

*

 

 

A remessa de tropas para o Brasil

 

SONETO

 

Surgindo de entre o pó da sepultura
Do famoso Cabral a sombra irada,
De Luso ao povo fortemente brada,
Formidável no aspecto e na figura.

Que é isto? que delírio ou que loucura
Vos tem do entendimento a luz roubada?
A terra Santa Cruz contais em nada,
Ou julgais que com ferros se segura?

Portugueses vós sois? E Portugueses
Vossos irmão não são? Já não provaram
Sua bravura Galos, e Holandeses?

Ah! que eles quando a Pátria libertaram
De estranho, ou próprio jugo tantas vezes
Para novos grilhões a não guardara.

 

                               (Obra citada)
8 de fevereiro de 1822

*

 

 

A saída da Divisão Auxiliadora

 

SONETO

 

Com as proas cortando o salso argento
Já lá vão os baixeis, em si levando
Longe das margens do Janeiro brando
O bárbaro esquadrão sanguissedento:

 

Com gritos de alegria cento e cento
Estão o caso as ninfas festejando,
E até do Rio o Numen venerando
Desenruga o semblante truculento.

A amável Liberdade linda, e pura,
Que de infames grilhões se receiava,
Mostra sem medo a tão gentil figura.

Que fugiu da perfídia e da impostura
Armada da perfídia e da impostura
Fazer a brasileira gente escrava.

 

                               (Obra citada)
16 de Fevereiro de 1822

*

 

 

Indo S. A. R. à Província de Minas

 

SONETO

 

Erguei, bravos Mineiros, sem receio
Do jugo da opressão a cerviz dura,
Erguei, que a Liberdade vos segura
Quem de seus povos vai lançar-se em meio:

As riquezas, que encerra o vosso seio,
Ó áureas Minas, ele não procura;
Aos monstros da cobiça, e da impostura
O Regente foi por limite e freio.

Mal aparece a íris da Bonança,
Logo o Sol refulgiu da Liberdade,
Que a terrível tormenta ao longe lança:

Tremeu no trono, a vê-lo, a vil Maldade,
Já não lhe resta ao menos a esperança:
Ditoso agoiro da futura idade!

(Obra citada)

23 de abril de 1822. 

*

 

 

 

Retrato por James Ramsay

 

 

A INDEPENDÊNCIA E O IMPÉRIO

 

A LORD COCKRANE

 

.......................................

Vem, Liberdade, Mãe de feitos grandes,
Qe nos peitos magnânimos ateias
Flama invencível, solta uma faísca,
Que os versos meus acenda!
Do opressor Espanhol Chile queria
Feios grilhões quebrar; voa a seus lares
O denodado inglês, investe e rompe
Os leões de Castela.
Já dos Incas o império espavorido
Cede tudo ao valor do forte braço.
Entre os combates perde o vasto Oceano
De Pacífico o nome.
Farto ali de vencer, a glória o chama
A mais amplo teatro de vitórias,
Onde por novos feitos se escureçam
As antigas proezas.
Que!... quinas soberbas inda ousam
Pisar com menos preço as plagas nossas!
Caiam por terra: a salutar vingança
Ao Bravo se confie!
Qual raio que da nuvem despedido,
Com medonho estridor apenas troa
Tudo tremeu convulso os rostos lívidos
Entre as mãos escondendo.
Tal sobre a gente infesta, que zombava
Da injúria nossa, horrível aparece
De terror subitâneo enchendo os peitos
O tremendo Almirante.
Já lá nas águas da gentil Cidade
Campeia, as hostes lusas insultando
Dos futuros triunfos agoureira
A flâmula auriverde.
E, por confusa cerração rompendo,
Oh que brilhante no porvir descubro
O nome seu, de Lísia horror, e espanto,
Do Brasil timbre e glória.
As imigas falanges em fugida
Buscam da Pátria o cógnito caminho
E inda lá lhes parece que sobr´eles
Vêm de Cockrane as iras.

 

                         (Obra citada)


*

VEJA E LEIA  outros poetas do RIO DE JANEIRO  em nosso Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/rio_de_janeiro.html

 

 

Página publicada em outubro de 2021

 


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar